sexta-feira, 6 de junho de 2008

O que uma promoção não faz?

Hoje saí a caça de promoções. Estou a fim de ganhar alguma coisa!!! =P
Então, uma dessas promoções se chama "Minha mãe, minha vida" em que, para ganhar, devemos contar um momento inesquecível com nossa mãe.
E eu, num momento extremamente inspirado, acabei escrevendo (desabafando mais que escrevendo):

Minha mãe faleceu há 7 anos, de câncer e, o dia anterior ao de seu falecimento foi inesquecível.
Eu tinha 17 anos e ela estava doente já havia 2 anos (foi descoberto quando eu tinha 15 anos) e, nesses anos, eu tinha sido obrigada a crescer mais do que as garotas da minha idade.
Então, quando eu cheguei da escola, minha mãe estava muito mal, com falta de ar e espaçadas perdas de consciência. Tivemos que chamar meu pai rapidamente para levá-la ao hospital e, quando ele chegou, ela tinha acabado de retomar a consciência e, me vendo explicar chorando desesperada o que estava acontecendo, ela disse: "Eu ainda não morri por sua causa, minha filha. O dia que você quiser, eu vou embora."
Eu gritei com ela, mandei-a calar a boca e que nunca mais repetisse isso.
Depois que meu pai chegou ela acabou melhorando mas, à noite, começou tudo de novo, mas pior.
Então eu chamei o resgate e, pela primeira vez, fui ao hospital com ela. Chegamos lá eram 23:30. Meu pai ficou correndo de um lado pro outro tentando conseguir uma vaga para ela num quarto.
Eu fiquei ao lado dela o tempo inteiro, fazendo-lhe carinho, beijando-a e falando palavras carinhosas e de incentivo.
De repente ela abriu os olhos e ficou muito lúcida, me disse muitas coisas que eu não colocarei aqui por serem muito pessoais mas, resumidamente, ela me pediu para cuidar do meu pai e dos meus avós e que queria que eu fosse muito feliz quando ela morresse. Eu disse que ela não ia morrer e ela respondeu a mesma coisa que havia me dito em casa, que não morria por minha causa.
Percebi o quanto ela estava sofrendo com aquela doença que já havia se espalhado por todo seu corpo e não a permitia nem mais andar, escrever ou falar direito.
Minha mãe era professora de Português e chegava a trabalhar mais de 12 horas por dia. Era muito ativa, adora passear, sair, dar festas e estava imóvel por causa do câncer.
Eu apertei sua mão e, ao levantar a cabeça, percebi que havia um crucifixo em cima de sua maca. Olhei bem para ele e, em silêncio, pedi: "Se não for para minha mãe melhorar, se curar dessa doença e voltar a ser a mesma de antes, eu não quero mais ela ela viva. Leva minha mãe, Senhor! Eu não quero mais sofrer por vê-la sofrendo."
Minha mãe, parecendo adivinhar meu pensamentos, sorriu antes de, novamente, perder a cosnciência.
Quando eram 4:00 meu pai me levou para casa e, às 10:00 recebi a notícia de que ela havia morrido.
Ela realmente cumpriu o que havia prometido: morreu quando eu pedi.

Tudo bem, pode parecer feio usar a morte da própria mãe para ganhar um colchão com molas ensacadas (esse é o prêmio da promoção) mas, de verdade, mesmo, esses são os momentos que continuam muito, mas muito vivos mesmo na minha memória.
E, a cada dia que passa, eu sinto mais falta dela.
Não deveria ser o contrário? =/
Uma outra promoção, que o prêmio são eletrodomésticos suuuuuper legais (vou guardar pro casamento), você tem que responder a pergunta "Se você fosse um eletrodoméstico, qual seria e por quê?"
Minha resposta, muito menos triste do que a anterior, foi:
"Com certeza seria um microondas pois eu esquento, cozinho e descongelo meu namorado no tempo certo, com ou sem programação."
Huhauhuahuahuahuhau... Essa o Alê tem que saber.

Mas, pelo jeito, nem ele, nem ninguém vai saber, afinal, ninguém mais lê esse blog mesmo. =(

Beijos ao vento (tráááááágica!)